O filme de ensaio parte do primeiro espaço público da América Latina (Passeio Público) construído por uma população escravizada mantida presa dentro dos Calabouços, no Rio de Janeiro Colonial. Ao analisar como a palavra/lugar Calabouço se normalizou na esfera urbana, juntamente com reformas para manter partes da população fora de áreas específicas, o filme constrói uma narrativa abstrata que revela passados e histórias silenciados. As sobreposições de significados contidas no nome Calabouço são múltiplas: vão de um restaurante estudantil, cena do assassinato de um jovem racializado durante a ditadura militar, a um aeroporto, uma praia e, principalmente, um lugar de tortura da população escravizada. Os cineastas juxtaponem textos de documentos antigos, imagens históricas e notas de voz para abordar o caráter complexo do tema e sua relação fundamental com a sociedade brasileira contemporânea e antiga.
The essay-film departs from the first public space in Latin America (Passeio Público) constructed by an enslaved population kept imprisoned inside the Calabouços (dungeon) in Colonial Rio de Janeiro. By analyzing how the word/place Calabouço became normalized in the urban sphere along with reforms to maintain parts of the population outside of specific area the film constructs an abstract narrative which unveils silenced pasts and histories. The overlapping of meanings contained in the name Calabouço are multiples: from a student restaurant, scene of the murder of a racialized young man during the military dictatorship, to an airport, a beach and primarily a place for torturing the enslaved population. The filmmakers juxtapose old document texts, historic images and voice notes to address the complex character of the subject and its fundamental relation with contemporary and ancient Brazilian society.